| não se mexe em time argentino que está ganhando |

Não, não farei um post sobre futebol, mesmo porque não entendo nada do esporte. É cinema mesmo. E o time do título é o formado pelo diretor Pablo Trapero, a atriz Martina Gusman e as produtoras Matanza Cine, Patagonik Film e South Korea Cut. Todos estão envolvidos em Leonera, excelente exemplar cinematográfico dos nossos vizinhos que saiu dos cinemas  de Belo Horizonte após uma semana em cartaz.

Filho da nueva onda do cinema argentino, os filmes de Trapero se destacam. É dele Mundo Grua, de 99, produção baratíssima que recebeu entusiasmadas críticas ao redor do mundo. O hermano também dirigiu o ótimo Família Rodante, uma espécia de Pequena Miss Sunshine sem os clichês do cinema independente americano. Quem quiser ver sua obra completa pode procurar, além dos citados, Nascido e Criado e Do Outro Lado da Lei.

Carancho é o nome do seu novo projeto. Conhece o termo advogado porta de cadeia? Então, o protagonista de Carancho é um porta de hospital. É um tipo de profissional que fica atrás de vítimas em salas de emergência, à procura de alguém para abrir um processo. Com a ajuda de uma jovem doutora, sua vida profissional prospera, mas eles acabam envolvidos com autoridades da saúde pública, gangues locais e com a polícia. Todos querem um pedaço dos lucros do advogado.

Agora, a melhor parte da notícia. Se em time argentino vencedor não se mexe, é mais do que permitido colocar um ingrediente para dar um upgrade. É o caso de Carancho. Trapero escalou Ricardo Darín (Nove Rainhas, O Filho da Noiva), possivelmente o melhor ator argentino e, se bobear, da América Latina, para ser o protagonista. Vai para a lista.

| Latoya Jackson em Brüno |

Uma das várias polêmicas de Brüno se deu em torno de uma cena que acabou sendo cortada na edição final: a sequência com LaToya Jackson, a mais bizarra das irmãs de Michael Jackson. Ele é entrevistada no mesmo esquema que Paula Abdul foi, porém, LaToya se sentiu um pouco mais a vontade. À princípio, pelo menos. Assista:

| quem é D.V. DeVicentis |

É estranho como o nome D.V. DeVicentis nos parece tão desconhecido. Quem é esse cara? O que ele faz da vida? De onde ele surgiu? Mais estranho ainda é quando a gente dá uma googada e descobre que ele escreveu os roteiros de dois dos filmes mais bacanas da década passada. É dele Matador em Conflito, uma pérola com John Cusack que quase ninguém viu, e aquele filme que todo amante de música tem em sua lista dos melhores. Falei em música, falei em lista, alguém?? Sim, Alta Fidelidade, novamente com John Cusack.

Nove anos depois, DeVicentis chega com um novo roteiro. Trata-se Lay The Favorite, baseado nas memórias ainda não publicadas de Beth Raynor. O filme seguirá uma mulher de trinta e poucos anos que fez várias escolhas ruins. Mas sua vida dá uma reviravolta quando conhece um grupo de gênios da matemática que descobriu como usar o sistema de apostas em Vegas em favor deles próprios.

E a melhor notícia de todas: o diretor será Stephen Frears. Sim, o cara que comandou Alta Fidelidade. Sente o potencial.

| o próximo personagem de Danny Boyle |

Finalmente Danny Boyle confirmou seu novo projeto. Apesar de Quem Quer Ser um Milionário, definitivamente, não ser o seu melhor filme, o cineasta experimentou um sucesso que  merecia há anos e todo mundo queria saber qual seria o seu próximo passo. Bom, ele já começou a ser dado. Trata-se de 127 Hours, filme baseado na história real do escalador Aron Ralston, que estampou manchetes de jornais em 2003 quando, em uma de suas explorações, ao ficar com o braço preso por cinco dias em uma rocha, resolveu amputá-lo.

Claro que a consequência final, a amputação, é o que mais chama a atenção em sua história. Mas todo o processo de sobrevivência de Ralston nestes cinco dias foi fascinante. O próprio escalador escreveu uma reportagem sobre  sua situação precária para a publicação americana Outside. A versão brasileira da revista também publicou o texto e ele está disponível na rede. Quem quiser, pode ler aqui.

Ao ler o texto de Raston, uma espécie de diário escrito após os acontecimentos, dá para perceber que, com sensatez, Boyle poderá fazer uma grande obra com o material, principalmente quando a situação do escalador fica extremamente crítica nos últimos dias e ele passa ter alucinações e a perceber que sair dali vivo é quase impossível.

Segundo o blog Playlist, Boyle já fez o primeiro tratamento do roteiro que será reescrito por Simon Beaufoy, também de Quem Quer Ser um Milionário. A primeira opção para o protagonista seria Ryan Gosling, de Lars and The Real Girl e Diário de uma Paixão, o que me parece ser acertada, já que é um personagem que passa o filme praticamente sozinho, como Tom Hanks fez em Náufrago, e para isso é preciso de alguém com talento. E Gosling tem. Mas ainda não foi confirmado.

| como mudar totalmente a expectativa em relação a um filme em oito passos |

1| Lasse Hallströn (Regras da Vida, Chocolate), o diretor mais meloso do século XXI, é contratado para dirigir The Tourist, refilmagem de um longa francês sobre um turista americano que se apaixona por uma misteriosa agente da Interpol. O roteiro é de  Jullian Fellowes (Assassinato em Gosford Park)

Vontade de ver: Quase nenhuma (o quase fica por conta de Fellowes)

2| Hallströn se desliga do projeto e seu posto fica sob a responsabilidade de Bharat Nalluri, diretor de O Corvo 3.

Vontade de ver: Abaixo de zero

3| Tom Cruise é escalado para ser o turista.
Vontade de ver: Nem

4| Charlize Theron será a agente da Interpol.

Vontade de ver: Um pouco maior

5| Tom Cruise sai fora e é substituído por Sam Worthington

Vontade de ver: Fica na mesma, porque eu nunca vi nada que esse cara fez.

6| Charlize Theron também se desliga e é substituída por Angelina Jolie

Vontade de ver: Trocou a gostosa com talento pela gostosa que às vezes acerta o tom. Continua baixo, mesmo assim.

7| Bharat Nalluri não é mais o diretor. Em seu lugar fica Florian Henckel von Donnesmarck (A Vida dos Outros)

Vontade de ver: que dia que estreia mesmo?

8| Worthington fora e Donnesmarck também. Os substitutos, segundo a Variety: Johnny Depp e, provavelmente, Alfonso Cuarón (Filhos da Esperança)

Vontade de ver: PQP!! Alguém reserva meu ingresso!!!

Vitor Drumond

OBS.: Agradeço ao Cinema em Cena pelo belo arquivo de notícias

| a possível zebra |

Parece que, nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, a Fox resolveu surpreender. Ao assistir de camarote o fracasso de sua maior esperança para a temporada de prêmios do cinema americano (Amélia), o estúdio teria resolvido antecipar o lançamento de uma pequena produção: Crazy Heart.

Estreia na direção de Scott Cooper, o filme segue os passos de Bad Blake (Jeff Bridges), um alcóolatra e decadente cantor country que, através de seu relacionamento com uma repórter (Maggie Gyllenhaal), se vê apto para voltar a sua carreira. Porém, ele tem que lidar com a ascensão de seu aprendiz (Colin Farrell) e com o seu próprio tutor (Robert Duvall).

A intenção do estúdio seria conseguir algumas indicações, principalmente a de ator para Bridges, atriz coadjuvante para Gyllenhaal e canção original, escrita pelo ganhador do Grammy T. Bone Burnett. Nada ainda foi confirmado, mas os boatos surgiram porque o estúdio resolveu fazer algumas exibições-teste de última hora e, segundo dizem, Bridges foi aclamado.

Vale lembrar que a Fox é uma espécie de profissional em surpresas. Ano passado resolveu apostar em um filminho meio indiano, meio americano, que estava fadado a ser lançado apenas em DVD. Um tal de Quem Quer Ser Um Milionário? Alguém lembra? Em 2007 foi a distribuidora por trás de Juno e em 2006 lançou Pequena Miss Sunshine, longas que bateram de frente com produções ambiciosas na categoria de melhor filme. Tudo bem que todos os três citados tiveram um caminho mais sólido, mas, definitivamente, eram zebras que se transformaram em pesos-pesados. E, convenhamos, já passou da hora de Bridges e Gyllenhaal serem reconhecidos.

Vitor Drumond

| Tom Cruise de saias |

O sem graça ator de "Missão Impossível" e outros sucessos deixou de lado a história de "Salt", que acabou protagonizada por Angelina Jolie, que por sua vez parece ter dado conta da fácil “missão” que é atuar no lugar de Cruise. Confira a promissora primeira prévia, que lembra "Tomb Raider" e "Identidade de Boune".

Obs: Como nem tudo é perfeito, e a gente sabe muito bem disso, o diretor do longa é Kurt Wimmer, lembram de Ultravioleta? Então tá né...

Rafael Sandim

| grite, novamente |

Durante meses, Neve Campbell foi resistente e tentou não gritar novamente na franquia “Pânico”. Além de ter sido a última confirmada no time dos protagonistas, a atriz gerou dor de cabeça em Kevin Williamson, o roteirista da saga de Sidney Prescott, que parece fazer de tudo para atormentar a heroína, já que os filmes correspondem para a Dimension Films milhões...

Nada contra a franquia, realmente. Desde pequeno assisto aos filmes e adorava ver Sidney correr pra lá e pra cá de um assassino mascarado com razões forçadas. Mas, vejam, precisamos de um quarto longa em que um novo grupo será apresentado e os protagonistas serão deixados para trás? Isso mesmo, de alguma forma até então sigilosa Sidney, Dewey e Gale serão como Sarah Michelle Gellar em “O Grito 2”, eles apenas passarão a maldição/saga para frente.

Wes Craven leu o roteiro da continuação há pouco tempo e o definiu como excelente. Bom, depois de “Amaldiçoados” qualquer coisa que ler será boa. O estúdio quer apenas o nome da franquia e dar continuidade a uma nova história de mocinhas e mocinhos que serão atormentados pelo panaca serial killer em uma nova trilogia, ou seja, dinheiro para o cofre da Dimension Films.

Agora, é espera para ver como os heróis de uma franquia importante nos anos 90 serão assassinados retratados neste filme. Dedos cruzados para que não tenham o mesmo final que Laurie Strode teve na franquia Halloween, porque aquele ali foi uma facada em todos os fãs.

Rafael Sandim

|dupla do dia 2: steve martin e alec baldwin|

O Oscar deixou o momento show com Hugh Jackman no ano passado e voltará ao humor em sua apresentação. Steve Martin e Alec Baldwin serão os mestres de cerimônia da premiação no ano que vem.

Já tenho até uma pequena esperança de quatro horas divertidas. Mas acho que vou me decepcionar.

Vitor Drumond

| dupla do dia: george clooney e alexander payne |

A melhor coisa de ser talentoso e querido em Hollywood deve ser receber convites constantes para os projetos mais bacanas. Assim é com George Clooney. Pode ser até que os filmes dele não dêem certo, mas na teoria parecem ser interessantíssimos. É o caso, por exemplo, de The Good German. Ok, o longa foi duramente criticado, mas vê se no papel não parece legal: um thriller em preto e branco dirigido por Steven Soderbergh, roteiro de Paul Attanasio, de Quiz Show e Donnie Brasco (Esfera a gente releva) e com Cate Blanchett no elenco. Ou, então, O Amor Custa Caro: comédia dos irmão Coen, Catherine Zeta-Jones pós-Chicago, Geoffrey Rush, Billy Bob Thorton e Richard Jenkins. É impressionante. Poucos atores recebem convites com tanto potencial como Clooney.

O último deles é um papel no novo filme de Alexander Payne. Payne, para quem não se lembra é o diretor e roteirista de Sideways: Entre Umas e Outras e um grande criador do personagens. A primeira a chamar atenção foi Ruth Stoops, interpretada com maestria por Laura Dern em Ruth em Questão. No filme, Ruth é uma viciada com passagens constantes na cadeia e grávida do seu quinto filho. Com a permissão de um juiz para abortar, ela se vê no meio de uma batalha entre os contras e os favoráveis à escolha de interromper uma gravidez. Um sátira esperta que foi seguida, três anos depois, por outra: Eleição. Resse Whiterspoon na melhor atuação de sua carreira (June Cash não chega nem aos pés de Tracy Flick) interpreta a única concorrente na eleição do grêmio estudantil da high school de uma cidadezinha americana. É a típica aluna perfeita, com um único porém: é odiada pelo professor Jim McAllister (Matthew Broderick).Por isso, ele resolve incentivar outros alunos a participarem dessa batalha.

Dando continuidade aos personagens inesquecíveis de Payne, temos o Schmidt de As Confissões de Schmidt. O sempre genial Jack Nicholson faz o personagem-título, um homem aposentado e sem perspectivas para a velhice que, em uma viagem de trailer tenta procurar um sentido para vida. E, finalmente, o romance/road movie Sideway com os ótimos Paul Giamatti e Thomas Haden Church.

Portanto, é de se esperar que a parceria Payne/Clooney seja muito bem-sucedida. Se o ator for mesmo participar do longa, cujo nome é The Descendants, ele será um homem que vai com suas filhas para o Havaí em busca do amante da esposa. Sinopse simples, mas que pode resultar em coisas bem bacanas. Veremos.